Por Rede Notícias
Na juventude, empunhava a bandeira do PcdoB com entusiasmo.Décadas depois, prefere desfilar entre os conservadores.De ex-comunista a defensor das Forças Armadas, Aldo Rebelo é um personagem que escapa às classificações simples — e talvez por isso siga relevante nos palcos centrais da política nacional.
O nome de Aldo ganhou destaque nesta sexta-feira (24) após um momento tenso com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Convidado como testemunha de defesa do ex-comandante da Marinha, Almir Garnier, o ex-ministro não se limitou ao rito formal. Em plena audiência, bateu boca com Moraes, que o acusou de desrespeitar a Corte e chegou a ameaçá-lo com prisão por desacato.
Aldo não se intimidou. Disse que o ministro o tentou constranger e que espera, no mínimo, um pedido de desculpas. Em outras palavras: saiu da sessão sem algemas, mas com munição para as redes sociais — onde criticou o que chamou de "papel político" do STF.”.
Aldo Rebelo começou sua carreira política empunhando a foice e o martelo do PCdoB — não exatamente símbolos bem-vistos nas rodas em que hoje circula. Foi presidente da UNE, vereador em São Paulo, deputado federal por seis mandatos, presidente da Câmara dos Deputados e ministro de quatro pastas sob governos do PT. Nada mal para quem diz não gostar de rótulos.
Em Brasília, era tido como um comunista moderado — ou como um pragmático com bandeira vermelha. Seu nome virou sinônimo de "conciliador", e não por acaso: conseguiu ser ministro da Defesa sob Dilma Rousseff e, anos depois, amigo de generais críticos do “petismo”.
Hoje, Aldo Rebelo é uma figura que incomoda a esquerda, não convence a direita, mas encontra eco entre os que preferem o discurso à filiação. Testemunha de militares, crítico do Supremo, defensor da Constituição — a depender da leitura e do dia da semana.