Por Rede Notícias
Desde que eu me entendo por gente, sempre me emocionei ao passar por construções antigas. Tem algo nessas paredes envelhecidas pelo tempo que me chama, que me faz parar, observar e imaginar as histórias vividas ali dentro. Foi assim que descobri o valor das casinhas simples, e dos monumentos espalhados pelas cidades. Com o tempo, percebi que minha missão era registrar tudo isso por meio da escrita, porque é escrevendo que eternizamos nossas memórias.
Fotografia de Rigner Carneiro da Silva, historiador e pesquisador responsável pelos manuscritos que documentam a construção da Igrejinha de São Gabriel.
E foi assim que encantei pela história da igrejinha de São Gabriel. Segundo pesquisa feita pelo saudoso e respeitado historiador Rigner Carneiro da Silva, a construção começou em 1918 e terminou dois anos depois, em 1920. O altar foi feito em 1921 pelas mãos talentosas do mestre Benedito Seriema, no mesmo ano em que o primeiro cruzeiro foi colocado. Detalhes como esses dizem muito mais do que imaginamos. Eles mostram o quanto nossa cidade foi sendo moldada com fé, trabalho e união.
Manuscritos históricos de Rigner Carneiro da Silva, que registram com riqueza de detalhes a construção e a importância da Igrejinha de São Gabriel.
A imagem do Arcanjo Gabriel, que mais tarde se tornaria o padroeiro da cidade, foi uma doação de Aureliana da Rocha. A celebração dedicada ao padroeiro São Gabriel Arcanjo acontece todo dia 29 de setembro, data que mobiliza a comunidade em um momento de fé e tradição religiosa. Essa igrejinha, localizada na Rua da União, no Centro da cidade, onde hoje está a Praça Djanira Novais Gama, é parte essencial da nossa história. Ela guarda, em suas paredes azuis, a memória de um povo que, com poucos recursos, construiu algo que ultrapassa gerações.
Fotografia de Djanira Novais Gama, moradora ilustre que dá nome à praça onde está localizada a Igrejinha de São Gabriel.
A igrejinha é um patrimônio cultural, histórico e imaterial, que faz parte da identidade do povo gabrielense. É por isso que faço questão de escrever sobre essas memórias. Porque cada texto que nasce é uma forma de manter viva a chama da história.
.Registrar isso é o meu jeito de agradecer. De não deixar que o tempo apague o que foi importante. E de mostrar que história bonita assim não pode ficar esquecida. Ela precisa ser contada, lembrada e passada adiante.